12 junho 2013

Prefiro namorar



Prefiro namorar
Fábio Reynol

Sempre considerei o estatus de namorado muito maior que o de marido e o título de namorada, com uma carga mística tão exuberante que deixa a palavra esposa quase sem expressão.

Casamento é estado civil, namoro é estado de alma, próprio daquele que se enamora. Casado pode ser o amante não praticante, o operário que cumpre a rotina, a menina que não teve escolha, o rapaz que escolheu mal.

Namorado, não.

Namorado é alcunha daquele que ama e do qual se supõe um alguém que o ame de volta. Sem documentos, orçamentos ou listas de supermercados. Independente de aluguel, gasolina ou emprego. Com ou sem uma casa para morar.

Não há namorado que não pratique o namorar, verbo que, por poética e etimologia, só existe com amor no meio e só serve para se referir a dois seres que estão no meio do amor.

Já o casar é um verbo que às vezes encontra o amor, às vezes, não. Pode ser uma junção de terras, uma aliança de reinos, um contrato prático, um acerto de heranças, uma mudança de classe, uma saída confortável, um greencard expresso, uma foto num porta-retratos, uma demonstração de poder, uma vitrine de estatus...

O namorar não entra na jurisdição dos cartórios nem pode ser regido por leis. Como filho do amor, o namoro é neto da liberdade e só com ambos existe. Terminar um namoro não exige advogados nem juízes, é preciso apenas um não. Começar um namoro não pede festas ou cerimônias, somente um acordar para si e um olhar para o outro, e quem sabe um beijo na praça para que a natureza vos declare “NAMORADOS”...
 



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