31 agosto 2006

Verborragia diarréica

Por que escrevo
Só posso falar por mim. Escrevo por necessidade. Fisiológica, não financeira. Como aquele que acometido de uma incontrolável diarréia corre ao vaso, corro eu ao teclado deitar fora o conteúdo das entranhas. Massa fértil que adubará o latifúndio inexplorado da mente humana.

Feliz de quem conta com tal depurador do espírito. Quem guarda muito de si, acaba apodrecendo idéias na cabeça. Talvez por isso fedam quando pensam. O pensamento lhes sai difícil como um pum suado numa tarde de prisão de ventre. Quem sabe lhes falte um purgante mental para soltar os intestinos da alma. Prescreveria eu: Millôr, Luis Fernando, Stanislaw, Bussunda ou mesmo este poeta escatológico que vos tecla.

30 agosto 2006

Circo do Sol

"Se o Cirque du Soleil fosse um banco, ele seria completo."


"Se o Bradesco fosse um circo, você seria o palhaço."

29 agosto 2006

Quem é o melhor para governar o Brasil: Gandalf ou Dumbledore?

Ambos são CEOs de sucesso e cobiçados pelas maiores corporações do planeta. Seus perfis foram analisados por publicações voltadas para carreira e administração, demonstrando o quanto o mercado se espelha neles e como falta pauta na imprensa especializada. Além de serem cases de sucesso, Gandalf o Branco (ex-Cinzento) e Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore carregam uma característica crucial para salvar o Brasil: são bruxos. O Diário da Tribo, demonstrando mais uma vez o seu indiscutível pioneirismo, pergunta ao brasileiro, “Em quem você vai votar para governar o Brasil: Gandalf ou Dumbledore?” A escolha é difícil porque os currículos são bem parecidos.

Gandalf foi presidente-em-chefe da Confraria do Anel que, apesar do nome pornográfico, tinha como objetivo apenas levar um anel para ser derretido num ourives clandestino da periferia da Terra Média. A empreitada levou nove horas de filme, custou a vida da maior parte da equipe executiva (comum no mundo corporativo) e o dedo do gerente de projeto, Froddo Bolseiro, que encerrou a carreira embarcando num transporte rumo a uma clínica psiquiátrica.

Dumbledore goza de uma invejável reputação como CEO da mais prestigiada escola de ensino fundamental bruxo do mundo, Verrugas de Porco - ou Hogwarts, como dizem os tradutores. Dumb, para os bruxos mais chegados, acumulou cargos importantes como presidente da Suprema Corte dos Bruxos e da Confederação Internacional dos Bruxos. Todavia, jamais aceitou o cargo de ministro da Magia, embora sempre fosse o nome mais cotado.

Os dois bruxos compartilham defeitos de chefes de estado. Como todo FHC carrega na mala o seu Ricardo Sérgio e todo Lula traz na sombra um Waldomiro Diniz, Gandalf quase se deu mal ao apostar muito em Sarumon o Branquelo. Por sua vez, Dumb é muito criticado, especialmente por Harry Potter, por confiar demais em Severo Snape. A exemplo de todo governante, ambos são excepcionalmente honestos, mas capazes de encher a administração de corruptos.

Embora sejam incrivelmente poderosos, uma vez em Brasília tanto Gandalf como Dumbledore estarão sujeitos à maior enfermidade que tem acometido os portadores da faixa presidencial verde-amarela, a Amnésia do Planalto. Ainda sem causa investigada por CPI, a doença apaga toda a memória anterior ao dia da posse. A vítima se esquece de quem foi, do que escreveu, em quê acreditava e o quê defendia, produzindo mais de duzentas milhões de outras vítimas em ciclos que variam de quatro a oito anos.

27 agosto 2006

Ô coisa rica!



Rica e poderosa. Tão pequenino e já querendo dominar o mundo! Não é uma gracinha? Aos cinco meses, George Dablinho Bush já era universitário em Yale. Não por influência paterna, é claro, mas por puro mérito pessoal do menino que exalava genialidade desde o berço. Até hoje, W.Bush mantém intactos os neurônios e a capacidade intelectual daquela época.
Bons tempos aqueles em que o petróleo estava logo ali, no quintal de casa. Hoje a busharada é obrigada a invadir outros recantos para garantir a gasolina nos carangos.
De lá para cá, ampliou-se o conceito de quintal para a família Bush.

26 agosto 2006

Inferno astral

É com imenso pesar astral que comunico a demissão de Plutão do Sistema Solar. A Sociedade Interplanetária Sideral seção Via Láctea resolveu destituí-lo de seu cargo de planeta, decisão homologada pela Ordem dos Cavaleiros Jedi e devidamente lavrada no 874º Cartório de Registro de Imóveis Planetários.

Há muito, fiscais do Ministério da Astronomia suspeitavam que o planeteco era utilizado para a plantação de maconha e ainda se aproveitava de mão-de-obra escrava alienígena. Mas a desculpa oficial foi a de que Plutão, uma espécie de Itapecirica da Serra da periferia do ABC Solar, não tem tamanho para arrotar ares de planeta.

Contrariados, astrólogos do mundo inteiro discordam alegando que o tamanho não é importante, mas o prazer que o pequeno astro proporciona aos escorpiônicos, cujo signo era regido pelo Danni de Vito dos planetas. Com a vaga em aberto, muitos já se candidataram para assumir a regência de Escorpião, George W. Bush encabeça a fila.

A Ordem dos Advogados da Via Láctea (OAV) também entrou com uma representação contra a rescisão do contrato plutônico, mas de nada adiantou. Aquela titiquinha no quintal de Netuno foi defenestrada da panelinha solar enquanto planeta.

Plutaria à parte, a semana foi bem ruim para o mercado de trabalho astral. Outro astro a tomar um pisante nas nádegas foi Tom Cruise. A Paramount pôs um fim a 16 anos de serviços razoavelmente prestados. Para piorar, o filhote de Cruise Credo já está com mais de quarenta. Ser recolocado nessa idade é uma missão quase impossível. Se alguém for ligar para ele, avise que locadora aqui do bairro está selecionando currículos. Como ele já é do ramo talvez tenha alguma chance...

25 agosto 2006

Blog, si. Pero no mucho.

Nunca fui dado a modismos. Incluo nisso blogs, calças boca-de-sino e mangas bufantes. Resisti bravamente à boca-de-sino e não tenho um penteado de príncipe valente para combinar com as bufantes. Todavia fui vencido por minha ensandecida turba de quatro fãs que me são fiéis a ponto de ler o que escrevo - pelo menos se eles fossem ricos poderiam me sustentar comprando todas as edições de minhas obras completas, como não o são, desperdiço cá minha vida trabalhando – bem... eles me convenceram. Ei-lo, o blog.

Tinha para mim que esse negócio de diário na Internet não era coisa de homem. Macho mesmo tinha que ter home page, site, portal... Não adiantou. Essa coisa engoliu-nos todos. Não ter um blog hoje é como não ter um celular blue-tooth-chip-vip-voip-voicer-ABS-com-tela-de-plasma. Todo mundo tem blog: George the Bush, o papa, o Maníaco do Parque, Loiras do Tchan, o ET de Varginha, Eça de Queiroz, o Monstro do Lago Ness... Vi-me obrigado a transexuar a máscula hp “Diário da Tribo” neste meigo Bloguinho. Mas não me chamem de “blogueiro”! Eu só escrevo socialmente e com muita moderação.

Tenho certeza de que este blog será assiduamente freqüentado por milhares de pessoas sem serviço, ávidas por um conteúdo de alta qualidade e em doses cavalares. A esses internautas posso garantir que só encontrarão mais conteúdo em uma estação de tratamento de esgoto.

Bem-vindos à reedição revista, ampliada e esculhambada do País de Tanga na Mão e Corda no Pescoço. Bem-vindos a bordo do Diário da Tribo, uma nau a deslizar no macio mar de lama.

PS.: Faltou grana para o coquetel de inauguração!