Com mais quilômetros de carros do que de vias, a capital paulista tem solução para o seu trânsito: utilizar a maior frota automobilística do continente como moradia. De quebra, também estaria liquidado outro sério problema da cidade, o déficit habitacional. Espaço a cidade tem de sobra, só é preciso demolir os milhões de imóveis residenciais que impedem as vias de passar livremente.
Mais imóvel que os imóveis
Morar no carro não seria tão ruim. A estado poderia extinguir, por exemplo, o IPVA na capital, já que o “V” do imposto refere-se à palavra “veículos” o que passa a idéia errônea de locomoção. Os carros paulistanos passariam a pagar IPTU, o imposto que incide sobre os imóveis. Esse tributo está tão desatualizado que na época em que foi criado os carros realmente andavam, inviabilizando a cobrança. Hoje, porém, eles costumam se mover menos que as balançadinhas das construções durante o último terremoto.
Em São Paulo, encontrar uma pessoa no trânsito é mais fácil do que achá-la em casa. Primeiro porque qualquer paulistano que ponha o nariz para fora de casa passa mais tempo no meio de transporte do que em casa. Depois, no caso de cobranças, é impossível falar com o morador em sua residência. Por outro lado, no trânsito de São Paulo, ele não tem para onde fugir e pode ser rapidamente localizado pelo motoboy cobrador. Caso o devedor não pague, o motoboy ainda leva o retrovisor como garantia.
Os endereços seriam práticos e diretos: “Monza preto, DTW 7903, trajeto Moema-Vila Carrão, Capital.” Sem casas de alvenaria, haveria mais espaço para mais carros ficarem parados no trânsito. Os donos de kitnets mudariam para um Fusca, os milionários trocariam suas coberturas por amplas Kombis motor-homes e a classe média sonharia em morar num Corolla Fielder dentro de um estacionamento fechado com portaria 24 horas.
A única construção residencial a ficar em pé seria a mansão de Nicolau dos Santos Neto. Impedido pela Justiça de enfrentar o trânsito infernal da cidade, Lalau é obrigado a se virar da melhor maneira que pode nos 18 hectares de sua propriedade. Ele poderia substituir sua casinha por uma limusine com piscina e ofurô, mas ele iria se sentir numa prisão, coitado!
Mais imóvel que os imóveis
Morar no carro não seria tão ruim. A estado poderia extinguir, por exemplo, o IPVA na capital, já que o “V” do imposto refere-se à palavra “veículos” o que passa a idéia errônea de locomoção. Os carros paulistanos passariam a pagar IPTU, o imposto que incide sobre os imóveis. Esse tributo está tão desatualizado que na época em que foi criado os carros realmente andavam, inviabilizando a cobrança. Hoje, porém, eles costumam se mover menos que as balançadinhas das construções durante o último terremoto.
Em São Paulo, encontrar uma pessoa no trânsito é mais fácil do que achá-la em casa. Primeiro porque qualquer paulistano que ponha o nariz para fora de casa passa mais tempo no meio de transporte do que em casa. Depois, no caso de cobranças, é impossível falar com o morador em sua residência. Por outro lado, no trânsito de São Paulo, ele não tem para onde fugir e pode ser rapidamente localizado pelo motoboy cobrador. Caso o devedor não pague, o motoboy ainda leva o retrovisor como garantia.
Os endereços seriam práticos e diretos: “Monza preto, DTW 7903, trajeto Moema-Vila Carrão, Capital.” Sem casas de alvenaria, haveria mais espaço para mais carros ficarem parados no trânsito. Os donos de kitnets mudariam para um Fusca, os milionários trocariam suas coberturas por amplas Kombis motor-homes e a classe média sonharia em morar num Corolla Fielder dentro de um estacionamento fechado com portaria 24 horas.
A única construção residencial a ficar em pé seria a mansão de Nicolau dos Santos Neto. Impedido pela Justiça de enfrentar o trânsito infernal da cidade, Lalau é obrigado a se virar da melhor maneira que pode nos 18 hectares de sua propriedade. Ele poderia substituir sua casinha por uma limusine com piscina e ofurô, mas ele iria se sentir numa prisão, coitado!
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