04 março 2009

Resposta a uma ex

Resposta a uma ex
Fábio Reynol

Ontem recebi uma carta de amor. Dessas de relacionamentos passados dizendo que sentem a nossa falta, que precisamos voltar e blá-blá-blá, blá-blá-blá... Na verdade, achei muito cara-de-pau da parte da remetente, pois além de ela ter plena ciência de que já estou com outra (e muito bem, obrigado) com certeza se fez de sonsa fingindo esquecer-se do nosso conturbado rompimento. Indignado e furibundo, respondo-lhe publicamente neste blog:

Ex-querida,

Qual não foi minha surpresa quando abri sua cínica cartinha. Aquele “volte”, aquilo de dizer que sente a minha falta, aquela melosidade ridícula foram de uma hipocrisia grotesca. Quando em nosso relacionamento trocamos afagos? Você simplesmente se resumia a desempenhar o seu papel e eu o meu. E assim caminhávamos tranqüila e honestamente. Não era, nem nunca seria, uma relação caliente. Sejamos francos, não morríamos de amores um pelo outro, mas nos dávamos bem e isso nos bastava.

Não vou negar que no início era bom. Você estava sempre ligada e me ajudava em horas difíceis. Naquela época, eu ainda conseguia falar. Com o tempo a coisa foi mudando, a sua intensidade foi desaparecendo, você foi emudecendo e a relação começou a azedar. Logo nas primeiras viagens que fizemos você ficou muda. Em Monte Verde, você me deixou na mão, sem dar uma palavra sequer. Quando fomos a Caconde, você simplesmente não me deixava falar. Fiquei possesso, mas não briguei.


Tudo isso era tolerável. Mas você começou a me irritar mesmo quando eu estava na minha casa. Lembro-me de um feriado inteiro em que você fechou o tempo e fiquei quatro dias sem ouvir palavra. Nem sinal de você! Acho que foi naquela ocasião que a sua batata começou a assar na minha caçarola e eu comecei a olhar para as outras. Cheguei a procurá-las, mas ainda não estava pronto para uma nova experiência e me mantive fiel.


Porém, não demorou muito e veio a gota d’água. Parece que oito anos de relacionamento não significaram nada para você. Cheguei a pensar, veja que inocência, que a nossa relação seria para sempre! Então, por consideração e um mínimo de decência que ainda deve lhe restar, me diga como você pôde me roubar daquele jeito? Você chegou a levar mais de 70 reais dos melhores créditos do meu celular!!! Naquela hora percebi que você só queria o meu dinheiro. Quando fui tirar satisfação, você nem quis me receber. Lembra do que me disse no shopping? “Você não assinou nenhum contrato comigo! Não tenho obrigação de falar com você nem de dar satisfações!”, foram exatamente essas as suas palavras.


Hoje, você vem com a cara-lisa e uma cartinha melosa pedindo para que eu volte? Cachorra! Só tenho uma resposta para você:


Voltar para você, Vivo? Nem morto!


Do seu ex-pré-pago,


Fábio Reynol




A cínica mandou até fotinho:


12 comentários:

Susanna Lima disse...

Meu Deus! Mas como as pessoas conseguem ser assim, não? E você ainda conviveu com esse "E.T." por longos, suponho eu, 8 anos... Tadinho...rsrs

Enfim...

Fábio, passei por aqui por ter recebido uma super indicação do Fabiano [um dos seus seguidores].

Adorei o seu espaço. Conte com minha visita sempre, tá?

Beijos!

Fábio Reynol disse...

Susanna, seja muito bem-vinda. Tem tubaína na geladeira, o banheiro é a segunda porta à direita e os biscoitos ficam no armário em cima da pia. Puxe uma cadeira, observe os avisos de não bocejar e boa diversão!

Bruce e Diana disse...

Fabio, ainda não desisti dela. Apesar de tudo o que aconteceu. Veja a história...

http://bruceediana.wordpress.com/2008/09/16/atendimentos-e-atendimentos/

http://bruceediana.wordpress.com/2008/09/18/atendimentos-e-atendimentos-parte-2/

Um abraço, Waldir

Bruce e Diana disse...

Oba, além de tubaína tem biscoito? Desse jeito não vou sair daqui.

Waldir

Luciana Castelo Branco disse...

Adoreiiiiiiii
Estou voltando por aqui...
Beijos

Susanna Lima disse...

Ok Fábio!

Andei passeando por aqui, olhei - inclusive no armário onde ficam os biscoitos, e não encontrei pó de café... Como não fico sem, comprei um extra-forte, tá?

Beijos!

Jan disse...

Já que estamos pisando em cachorro morto: é isso que eles estão "entendendo" por mobilidade, né?

Mas falando do texto, Fabioloso, muito bom... Até pensei em usar em alguma aula um dia (me indique o advogado pra eu acertar as questões de direito autoral...)... E aposto que a molecada ia achar que vc é, no mínimo, um grosso por falar desse modo com e sobre uma moça com quem esteve por 8 anos... E assim publicamente, onde já se viu?!... Acho mesmo que eles seriam capazes de dar até um rosto resignado pra Madalena arrependida... Será que eles descobririam, por fim, a operadora de milagres?!...
Beijans das Heterônimas Associadas

Anônimo disse...

É o mínimo que eles merecem.
Abraço e bom final de semana.

Fábio Reynol disse...

Bem, Waldir, Susanna, às vezes falta tubaína e café, mas na geladeira jamais pode faltar Jesus. Quem tomou jamais esquece - não tem como, pois o gosto nunca mais sai da boca. O meu problema é que a minha casa fica a 3 mil quilômetros do Maranhão, o que me impede de ameaçar as visitas o ano inteiro com a refinada bebida.
"Entre a vergonha..." seja muito bem-vinda. Entre sem vergonha! (reitero a ausência de vírgula na frase anterior!)
Associação dos Heterônimos de Janistela, este blog não se responsabiliza pelos efeitos que seus textos podem apresentar sobre alunos de língua portuguesa, javanesa e lundu. Por isso, utilize-os com moderação.
Clarice,infelizmente não existem palavrões em nossa língua que descrevam nossos sentimentos por essas tele-operadoras!
Bom fim de semana pra todos!
Ou como diz o pensador J.Anhaia, um finzão daqueles pra vocês!!!

Anônimo disse...

Tu está demais..!!
Aguardo com ansiedade o dia na Redenção...Quero um aperto de mão um autógrafo e um olhar bem no olho,..afinal não são todos os dias que se encontra GENTE,.pela rua,..ainda mais na Redença.
Abraços
JBF

Anônimo disse...

Bandida!!!
Foi vc quem a chutou? E ela foi bater na nossa porta e ganha casa e comida todo dia!!!! {D.}

Anônimo disse...

Aprendi mucho