30 novembro 2007

Portugal declina, Brasil segue em declínio

Ai que Portugal respondeu a carta de devolução da corte. Há 200 anos ele esqueceu nobres por aqui e seus descendentes se reproduziram como porquinhos-da-índia, (ops!, do Brasil!), viraram praga e hoje mamam gostoso o leite tipo A+ não-batizado de Brasília.

Na tentativa de tirar suas tetas da ordenhadeira, o Brasil tenta enviar esses bezerros mal nascidos para longe...
Portugal acaba de dizer que não os quer:

Carta de Recusa

Ao Ilmo Sr. Brasil
Oceano Atlântico esquina com o Mar do Caribe Leste de Tordesilhas
(Estados Unidos - fundos)
Assunto: Recusa de Devolução da Corte ref. carta de 14/11/07


Caríssimo Brasil,

Como vão as cousas contigo? Eu cá vou indo... nuns dias bate o sol, noutros não bate. Ao contrário daí, mais não bate do que bate. Confesso que quando recebi tua carta pensei que tratarias do enfadonho problema da reforma ortográfica que tu insistes em aplicar. Ao abrir o envelope, porém, preferi mil vezes que fosse o assunto das letras.

Com um lamento mil vezes maior que tua euforia, tenho de declinar de tua amável proposta de devolução da corte real. Devo lembrar-lhe de que Dom João voltou a Portugal em 6 de abril de 1821 deixando em seu lugar o príncipe regente. O que o miúdo aprontou a partir daí foi por sua conta e risco uma vez que, na primeira oportunidade que teve, ele começou a soltar gritos no Ipiranga dizendo que tu, oh Brasil, eras dono do próprio nariz.

Como bem vês, desde então estás emancipado e eu não tenho nada a ver com o que aí se passa e com os ignóbeis nobres que para aí se mudaram. Longe de mim passar por pai irresponsável que não assume a cria, mas um país de 500 aninhos já tem idade suficiente para assumir as próprias diabruras. Imagina tu se fosse eu assumir as artes de todos os meus filhos! Estaria cá a lidar com uma multidão de políticos angolanos, goanos, moçambicanos e timorenses!

Além do mais, tenho já muitos problemas criados pela dita Comunidade Européia, que nos encheu de imigrantes. E agora que estamos começando a andar para frente, não podemos servir de hotel para corruptos ultramarinos, função que tu cumpres como ninguém, oh meu filho! Perguntes para qualquer bandido renomado qual é o país dos seus sonhos e ele lhe responderá, “Brasil”!

Também podes continuar com Brasília. É uma bela cidade, mas não ornaria com a arquitetura daqui. Além disso, complicaria o tráfego marítimo de minha costa se eu a estacionasse no litoral. Por favor, não insistas, não quero tua corte em aviões com reverso travado nem em caravelas furadas mesmo que ambos fossem pilotados por terroristas suicidas.

Encerrado o caso, espero que possamos conversar de assuntos de real importância. O que achaste da última Copa do Mundo? Nosso Scolari é mesmo talentoso, não?

Um abraço de teu velho pai que só é lembrado nas horas difíceis,

Portugal

PS: Se a tua independência expirar em 2022, transfiro tua guarda aos Estados Unidos. Eles já cuidam tão bem de ti e depois não estou mais na idade de colonizar ninguém.

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